Penna Filho: cineasta será homenageado em especial no 22º Festival de Cinema de Vitória
Publicado em 19/ago/2015, 13:51
Por Don Oleari
Falecido este ano, o capixaba Penna Filho vai ser lembrado com exibição do seu último filme “Das Produndezas”, que trata dos trabalhadores das minas de carvão e da ditadura.
Além de exibir filmes da nova safra nacional e promover atividades de formação, o 22º Festival de Cinema de Vitória prestará homenagens a grandes nomes do cinema brasileiro.
Entre os destaques da programação está a Sessão Especial Homenagem a Penna Filho, que lembrará o trabalho do diretor capixaba, falecido em abril deste ano, com a exibição de seu último filme “Das Profundezas” (2013).
A homenagem acontecerá no domingo (13/9), às 15 horas no Theatro Carlos Gomes.
A obra é uma ficção inspirada na história dos trabalhadores das minas da região carbonífera de Santa Catarina que travaram uma das mais emblemáticas lutas sindicais do Brasil, em 1987.
Na ocasião, depois de uma greve, foi criada uma cooperativa, representando a primeira experiência de auto-gestão operária no sul do Brasil.
Em “Das Profundezas”, Penna Filho aborda também, como pano de fundo, a ditadura militar de 1964, cujo legado de desaparecimentos encontra analogia na política do carvão.
A partir disso, o diretor apresenta uma história de esperança e força, criada pela união das pessoas, com fatos e personagens reais que inspiram a narrativa ficcional – a exemplo da história do líder sindical José Paulo Serafim.
O filme foi vencedor do Prêmio Cinemateca Catarinense e exibido no Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM) 2015.
Além disso, foi selecionado para a lista final do programa Encontros com o Cinema Brasileiro.
Está entre os filmes escolhidos para exibição no Festival Internacional de Havana e acabou de ser selecionado para ser exibido também no Festival de Cinema do Piauí.
política do carvão. A partir disso, o diretor apresenta uma história de esperança e força, criada pela união das pessoas, com fatos e personagens reais que inspiram a narrativa ficcional – a exemplo da história do líder sindical José Paulo Serafim.
O filme foi vencedor do Prêmio Cinemateca Catarinense e exibido no Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM) 2015. Além disso, foi selecionado para a lista final do programa Encontros com o Cinema Brasileiro (de onde serão escolhidos filmes para exibição no Festival Internacional de Havana).
Temática recorrente
Penna Filho pesquisou o tema da mineração por mais de 20 anos, o que deu origem, em primeiro lugar, ao curta-metragem “Naturezas Mortas” (1995), vencedor do Kikito do Júri Popular no Festival de Gramado; da Margarida de Prata da CNBB;entre outros.
“Das Profundezas”, por sua vez, dá sequência à pesquisa do cineasta, que encontrou uma série de dificuldades para essa produção. Além da falta de apoio das mineradoras, do orçamento limitado e dos riscos de filmar em uma mina de carvão, Penna Filho foi diagnosticado com câncer no intestino em 2011.
O diretor contou com o apoio da família para dar início à produção do longa e, somente dois anos depois, ainda enfrentando os efeitos da quimioterapia, pode participar das filmagens. Penna desceu a mais de 150 metros de profundidade para mostrar as perigosas e lamentáveis condições de trabalho no interior das minas.
Parcerias
A música do filme foi composta por Silvia Beraldo e conduz o espectador na escuridão do labirinto formado por galerias e túneis. Silvia tem grande experiência no cinema.
Como flautista, acompanhou Tavinho Moura, entre 1978 e 1984, participando de discos e shows do Clube da Esquina. Participou também do filme “Cabaré Mineiro”, de Carlos Alberto Prates, como instrumentista e atriz.
Sobre Penna Filho
Nascido em Santo Antonio, Vitória, no Espírito Santo, Adalberto Penna somou mais de 40 anos de carreira como cineasta e mais de 30 filmes no currículo.
Na juventude, gostava de jogar futebol no campo do Racing e, desde cedo, dizia que seu sonho era fazer cinema.
Nessa época, o trabalho e o interesse comum por literatura, cinema, música e rádio, o uniu a dois companheiros de rádio, Marien Calixte e Oswaldo Oleari, uma amizade que formou um trio inseparável pelas ruas de Vitória e pelos tempos afora.
Penna Filho sempre esteve comprometido com as causas sociais e levou para as telas personagens que carioca. O segundo filme que dirigiu foi “O diabo tem mil chifres” (1970), considerado pela censura do regime militar como “imoral e iconoclasta”.
Enviado por Patricia Galleto
– “Um dia, quero denunciar esse processo quase escravagista das minas de carvão e a “gloriosa” – dizia ele, que tratava assim a ditadura militar (Oswaldo Oleari).
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