Para avivar a memória do Dr. Cariê, cujo relato recente ao seu próprio jornal omitiu cenas históricas – Diagonal, coluna do Oleari
Publicado em 18/out/2016, 09:47
Por Don Oleari
O Coronel Bandeira vivia pedindo ao General Darcy para me demitir. O passatempo favorito do Coronel Bandeira era – segundo circulava nas alta rodas sociais – passar a mão nas belas bundas de senhoras bonitas e elegantes nas festas da alta sociedade.
Como não vi e não sei se o jornal deu guarida ao textim que mandei pro jornalista Leonel Ximenes e pro chefão André Hees Carvalho, faço aqui algumas anotações para reavivar a memória do Cariê – para os íntimos – ou Dr. Carlos Fernando Lindenbergh Filho.
Permita-me o Cariê expressar minha estranheza por alguns detalhes que ele omitiu, ou se esqueceu, de uma matéria publicada pelo jornal de sua família, A Gazeta, relembrando um tanto da sua história, outro dia.
General Darcy
O General Darcy Pacheco de Queiroz não foi só um bom administrador, nunsinhõ. Era, digo melhor, foi o “passaporte” para o jornal A Gazeta continuar circulando. E o General Darcy era um homem de palavra.
Antes do general Darcy assumir, Cariê (à esquerda) se esqueceu de registrar suas passagens – suas, dele, Cariê – para sucessivas “entrevistas”, longas “entrevistas”, diga-se, pelo velho Terceiro Batalhão de Caçadores. Esqueceu-se de que muitos jornalistas foram sumariamente afastados, e eu me incluo entre alguns deles.
Só pra avivar a memória, cito: o então diretor de A Gazeta Eloi Nogueira da Silva – que entre os maledicentes da redação era tratado como “Eloi Nojeira da Silva” – foi defenestrado sumariamente, por ter sido o indutor do jornal de um líder regional do velho PSD – um partido das elites políticas da época – para uma suposta linha janguista.
– “Cariê janguista?”, comentávamos nas mesas dos butecos, com destaque para o velho e ótimo Marrocos, da Rua Duque de Caxias, onde sorvíamos chope dimontão depois de entregarmos as colunas na redação da velha general Osório, por volta de 3 horas da tarde.





Eu tive o privilégio de ser recebido pelo General Darcy que me disse então:
– “meu filho, vamos dar um tempo e logo que as coisas se acalmarem eu mando te chamar de volta”. O General Darcy era um gentleman; fiz que acreditei, mas no fundo, no fundo, pensei: esse general vai se lembrar de um mero colunista meiqui anarquista e que batia em todo mundo?

Pois queimei a língua: entre três e quatro meses depois, general Darcy mandou me chamar, como chamou alguns outros. A mim ele disse:
– “meu filho, como te disse, ia esperar as coisas se acalmarem, por isso te chamei. vamos recomeçar sua coluna Diagonal”.
E me recomendou:
– “meu filho, mas segura a mão, hein?” Rimos, prometi, mas tanto ele quanto eu sabíamos que isso não ia acontecer. Volta e meia a Diagonal perdia as “istribera” e o General me chamava na sala dele.
Nesse período, o então deputado João Calmon (**) – com quem mais tarde convivi muito bem – e o famoso Coronel Bandeira, cuja crônica paralela da época dizia que seu passatempo favorito era passar a mão nas bundas das senhoras elegantes e bonitas nas grandes festas da alta sociedade – os dois viviam acusando o General Darcy de ter “comunizado o jornal” traveiz por ter trazido alguns marcados de volta.
Viviam pedindo inclusive ao velho Dr. Carlos para demitir os “comunas”, incluindo o cara da “Diagonal”.
(**) Mais adiante, Calmon foi senador pelo PMDB, período em que fez um bom trabalho pela educação. Ele e a deputada Rita Camata tiveram um bom desempenho na criação do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Desculpem, estiquei um tiquim, mas acho que é preciso se restabelecer alguns lances perdidos desse tempo (Oswaldo Oleari).
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