Em outras épocas, Antonin Artaud poderia ter sido um profeta, um mestre gnóstico ou mesmo fundador de uma nova religião.
Na França dos anos trinta e quarenta do século passado, a recompensa que ele teve pelo seu modo de viver, seu desinibido modo de viver e pela rejeição dos valores convencionais, fora o internamento em hospital para doentes mentais durante nove solitários anos.
A importância de Artaud (em auto-retrato, à direita) não está simplesmente em ele ter sido um inspirador do teatro ou um pesquisador de estilos alternativos de vida. Artaud foi sobretudo o criador de uma imagem viva, um homem que encarnou o sonho em sua própria vida, as contradições e discórdias de nosso tempo.
Aos 4 de setembro de 1896, às 8 horas da manhã, ao final de uma gravidez normal, Antoine Marie Joseph Artaud Antonin Artaud sai do ventre materno, na rua do Jardin-des-Plantes, 15, em Marseille-França”.
Aos 4 de março de 1948, Artaud se ocultou, fora encontrado morto em seu quarto no hospício do bairro de Ivry-sur-Seine, sentado na cama com um sapato na mão.
Se, conforme Antonin Artaud, “os que vivem, vivem dos mortos”, neste 4 de março de 2021, 73 anos após sua morte, vamos fazer uma homenagem a esse artista que muito contribuiu e ainda contribui para se pensar a arte.
Conversa com Mayara Dionizio e Wilson Coêlho sobre a vida e obra de Antonin Artaud, artista múltiplo que propôs estabelecer os limites integrantes entre o pensamento e a linguagem, a palavra e a coisa, entre o pensamento e o gesto, entre a arte e a existência. Nesta quinta-feira, às 18 horas.
Mayara Dionizio (foto) – É pesquisadora de doutorado do programa de pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal do Paraná e em regime de cotutela com a Université de Picardie Jules Verne. Possui mestrado em Filosofia pela Universidade Estadual de Londrina (2017) e graduação em Filosofia pela Universidade Estadual de Londrina (2014). Autora do livro “Antonin Artaud: o instante intermitente”.
Wilson Coêlho – É poeta, tradutor, palestrante, encenador, dramaturgo e escritor com 20 livros publicados. Licenciado e bacharel em Filosofia e Mestre em Estudos Literários pela UFES, Doutor em Literatura Comparada pela UFF e Auditor Real do Collège de Pataphysique de Paris.
Assina a direção de 26 espetáculos montados pelo Grupo Tarahumaras de Teatro, com participação em festivais e seminários de teatro no país e no exterior, como Espanha, Chile, Argentina, França e Cuba, ministrando palestras e oficinas.