O papo esticou a partir da coluna Diagonal e a curta anotação que fiz sobre frase do Padre Antonio Vieira, ao repartilhar o linki no maledeto feissibuqui:
Lula teria feito cursos da CIA e sempre se suspeitou de que fosse informante pago, mesmo caso do Cabo Anselmo
O texto do bilhetimeil do amigo mineiro do Rubens Pontes.
– Meu caro Rubens,
Na época à qual você se refere, o Departamento de Estado norte-americano cumpriu, realmente, as diretrizes de uma ampla conquista de simpatia e apoio entre personalidades brasileiras (dirigentes sindicais, líderes estudantis, escritores, políticos).
Homens e mulheres eram recebidos como gente importante, ouviam palestras e conferências e trocavam ideais sobre o futuro com políticos norte-americanos mais inteligentes.
Sei que pelo menos um desses grupos passou um domingo inteiro na casa do Bob Kennedy, que ofereceu aos brasileirinhos aqueles churrascos horrorosos que os americanos aprendem a fazer desde criancinha, com os pais.
Se o Lula foi e aprendeu alguma coisa por lá eu não posso garantir, mas que são suspeitas as suas relações com a turma do golpe militar é quase uma certeza, assim como leva a crer que ele vem acumulando dinheiro há muitos anos.
Não é de agora. Ele chegou a ser proprietário de uma daquelas mansões elegantes de São Paulo, nos Jardins. Mas não estava em nome dele. Sempre usou um cara-de-pau qualquer. Nada mais natural que as recentes aquisições do apartamento na praia e o sítio que diz ser do amigo.
Contam as boas e as más línguas que ele tem obsessão por adquirir imóveis, para compensar os anos de pobreza que viveu. Mas esconde que é proprietário. Nada muito diferente de outros grandes líderes brasileiros, não é verdade?
Além disso, afirmam que ele difundiu em São Paulo o boato de que teria sido preso pelos militares e policiais da repressão, mas as más línguas garantem que era informante pago, como aquele infeliz marinheiro que entregou à repressão os seus companheiros, o Cabo Anselmo.
Não posso afirmar e nem garantir, mas as incansáveis línguas repetem sempre essa trajetória do nosso grande líder.
Sem falar do assassinato do prefeito Celso Daniel, assunto que foi sepultado por muito tempo e agora tem sido explorado por adversários.
Nada mais ouvi e nem me foi perguntado.
Que ele é espertíssimo e não respeita limites e dogmas, eu sei. Certa vez, fizemos uma entrevista jornalística com ele, em um botequim na BR. Tomamos pingas e o cara se abriu inteiro, para dizer que não há e nem deve haver limites na luta política em defesa do povo. Vale tudo, como na guerra.
– “Se os meus filhos estão passando fome, eu arrebento a porta do supermercado e levo comida pra casa. É um direito dos pobres. E vale tudo, nessa luta”.
Na época, estavam acontecendo invasões de supermercados em vários Estados e veio daí o estímulo para a declaração de guerra.
Esse é o cidadão que conheci, ainda como líder sindical. Não devemos nos surpreender com o que ele diz e faz hoje. Não mudou nada. Bobo ele não é, posso te garantir, embora esteja hoje mais velho, talvez mais cuidadoso.
Um abraço do seu amigo e leitor,
T.
Rubens Pontes
é jornalista
Seu “amio e leitor”,
T, também é joralista.